18 de Maio
Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e
Adolescentes
Em alusão ao dia nacional de
combate ao abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes, os
educandos da Associação Poiesis realizaram uma atividade de reflexão e
sensibilização do assunto, trazendo como resultado final uma iniciativa
inovadora embora complexa: levar às redes sociais o olhar da criança e do
adolescente frente a esse assunto, não somente sendo uma vítima, mas também um
cidadão em formação que repudia de todas as formas essa atitude degradante e
cruel.
Sendo assim, segue a carta aberta
criada em conjunto por 105 crianças e adolescentes com idades entre 06 e 15
anos, atendidas pela Associação Poiesis, entidade social de Santos, no projeto
Re-construindo que visa à prevenção e o combate ao trabalho infantil em
parceria com a Fundação Telefônica, Conselho Municipal dos Direitos da Criança
e do Adolescente e Comissão Municipal de Prevenção e Erradicação do Trabalho
Infantil de Santos.
Por eles...
Aos nossos olhos abuso sexual é
um ato sujo onde um homem ou mulher se envolve com um menino ou menina, sem
pensar nas conseqüências traumáticas que irão acompanhar essa criança ou
adolescente por toda a sua vida. Uma vez ouvimos que se houver o consentimento
do adolescente essa atitude não poderá ser punida, mas como de quem é a
responsabilidade de cuidar desse ser que se encontra em pleno desenvolvimento
biopsicossocial?! Os casos devem ser estudados, mas uma menina de 15 anos
engravidar de um homem de 30 é certo ou errado? Esse consentimento da
adolescente ocorreu de que forma e a que preço?
Onde se encaixa essa situação nos direitos sexuais, e melhor ainda, em
qual artigo dos direitos humanos ou do estatuto da criança e do adolescente
essa situação é vista como aceitável.
Já a exploração sexual, é mais
agressiva ainda, pois “consentindo” ou não a comercialização do sexo sem prazer
de alguém que ainda está conhecendo seu corpo é realizada friamente de dia ou
de noite, nas ruas ou dentro da sua própria casa.
Na verdade nossa tristeza é saber
que essas situações lamentáveis são mais comuns do que se possa imaginar. A
cada dia várias crianças e adolescentes são abusas e exploradas sexualmente e
nada se tem feito, ou pelo menos, o que se é feito não tem sido o suficiente.
É muito triste saber que um
colega de classe que até pouco tempo atrás era alegre, divertido, feliz, e da
noite para o dia, começou a faltar por se encontrar doente e quando reaparece
mostra-se alguém isolado, assustado e infeliz. E aí, você como amigo, consegue
descobrir o que está acontecendo, se choca com tamanha brutalidade, pois, na
maioria das vezes, aquele que deveria cuidar e proteger se torna o principal
agressor.
E meio a tantas situações ruins o
que nos resta é conviver em um clima pesado e reforçador de sentimentos
negativos (medo, angustia, solidão, revolta, raiva), além de pedir a Deus
proteção para não ser o próximo!
Como sugestão, afinal não basta
só reclamar, elaborar campanhas de mobilização é uma excelente forma de
sensibilizar a sociedade, mas essa deve ser realizada sempre e não apenas numa
data específica. Levar esse assunto para dentro das escolas não somente para os
alunos, mas também para os pais. Divulgar as formas de denunciar casos de abuso
e exploração, além de tornar público o sistema de garantia de direitos da
criança e do adolescente, de modo que este de fato se torne uma máquina onde
suas engrenagens funcionem em perfeito estado.
Essas são algumas das coisas que
se podem fazer sem custar muito, mas de imensa repercussão! #ficaadica.